domingo, 31 de agosto de 2014

Parecia um dia normal...

Parecia um dia normal. Começou como um dia normal, como nos últimos dois ou três meses.
Não te senti mexer, comentei com o pai, ele meteu-se contigo e reagiste... Estava tudo bem.
Tratei da cozinha, da roupa... Fiz comer a mais, porque a data prevista do parto já havia passado... Por tanto, a qualquer momento esperávamos por ti, pelo que deixei comida a mais preparada para o pai.
Por volta das 17, a barriga ficou toda torta, deste-me um pontapé nas costelas... Eu pedi para que parasses e paraste... Para sempre.
O pai chegou, nós jantamos e tu continuavas sem te mexer... Fomos ao hospital. Havias partido. Há 6 horas atrás, havias partido.
Há cinco meses atrás, o dia 31 de Março parecia um dia normal... Mas não foi. Foi o dia em que partiste. Foi o dia em que levaste parte de mim contigo. Foi o dia mais triste da minha vida. Foi o dia em que passei a estar sozinha, depois de nove meses a estar contigo...
Faz hoje 5 meses que partiste e dói. Não como naquele dia 31 de Março, mas dói...
Tenho saudades tuas filha...
Um beijinho Princesa... Daqui até ao céu <3

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Há dias assim...

Hoje acordei com saudades de tuas... Não é novidade para ninguém, acho que não vai haver mais um dia na minha vida em que eu não tenha saudades tuas... Mas hoje... Bem, daqui a uma semana a mãe volta a trabalhar. E apesar de já sentir falta de trabalhar e fazer as minhas coisas, sinto-me ligeiramente ansiosa com isso... Não sei como vai ser a minha reacção ao voltar, ou antes, não sei como vai ser a reacção das pessoas ao me verem. E confesso, tenho medo. Não tenho medo que alguém seja indelicado, ou faça perguntas que não devem, tenho medo de demonstrações de carinho, porque sei que não vou aguentar e vou acabar por chorar.
Tenho medo porque é o último passo que falta para retomar a minha vida depois de teres partido, e me sinto como se estivesse a ser obrigada a te esquecer, porque preciso seguir em frente... Se tudo correr bem, são só medos tontos da mamã... Se calhar para semana, nesta mesma hora, esteja aqui a dizer que a volta afinal não foi tão má quanto a mãe pensava e que correu bastante bem.
Ao mesmo tempo que depois de teres nascido me tornei uma espécie de optimista incurável, tenho tanto medo de viver... A verdade é que já não me conheço. Não sei como vou reagir ás situações e isso me põe num estado de ansiedade brutal.
Ai Princesa, se soubesses como a vida por cá sem ti é tão difícil... Hoje não é um dia bom. A mamã sente-se embaixo... Vão haver dias melhores. Eu sei que sim. É preciso continuar... Mesmo sem saber muito bem como, mas é preciso continuar.

Amo-te fofinha! <3