quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Às vezes sinto-me tão pequenina...

Ontem a mamã viu uma reportagem na televisão que lhe levou a pensar... Mais do que aquilo que eu já ando a pensar.
Está bastante frio cá embaixo Princesa... E  a Câmara Municipal de Lisboa, tem um plano de contingência para os sem abrigo, caso a temperatura seja três graus ou menos. A parte boa é que não tem feito três graus... A parte má, é que rondamos os 4, 5 graus.
Ora bem, temos pessoas a viver na rua. Pessoas que normalmente não tem família, que vivem num mundo só deles, que lutam para sobreviver todos os dias, ao frio, à chuva e com fome.
Acho que ninguém escolhe chegar a esse estado de degradação. Ninguém vai viver para rua só porque sim.
Apareceu um sr, 50 anos. Era professor e tradutor de Português e Espanhol na República Checa... Fala em russo, alemão, francês... E vive na rua. Passa os dias na biblioteca, mas todas as noites volta para o cantinho dele e vai dormir ao relento.
Custou-me tanto... Eu tenho casa. Tenho comida. Tenho saúde. Tenho emprego. E às vezes ainda assim queixo-me da vida.
E aquele senhor? Só tem aos livros como companheiros, mais nada... Ele pediu um emprego. Um emprego para viver dignamente.
Quem me dera ter poder ajudá-lo. Ninguém deveria chegar a esse ponto, de humilhação, de falta de opção de vida...
Ao ver a vida daquelas pessoas, reforço a minha ideia: a tua partida foi cruel, e dói, como dói... Mas não tenho um problema. Tenho tudo para que possa viver com dignidade. E devia lembrar-me mais vezes disso. Ser grata por tudo aquilo que eu tenho, por aquilo que Deus não me deixa faltar, e por me sustentar.

Outras realidades filha... Outras vidas.

Beijinho da mãe! <3