quinta-feira, 19 de março de 2015

Dia do Pai

No ano passado, comprei um casaco ao pai.
Supostamente, faltavam 11 dias para tu nasceres. Nasceste 13 dias depois... Mas partiste um dia antes.
No saco da prenda, escrevi um bilhete em teu nome e disse que este ano a prenda era qualquer coisa com os teus pezinhos ou as tuas mãozinhas, já que serias demasiado pequena para fazer alguma coisa...
Hoje é novamente Dia do Pai... Passou um ano. E não sei o que dar de prenda ao pai. Ele não precisa de um casaco... Quero dizer, vinha a calhar, mas sinto-me sem ideias, e sem forças para magicar qualquer coisa. Hoje é daqueles dias em que não tenho orgulho nenhum de ter um anjo no céu a olhar por nós... Preferia que estivesses cá embaixo, connosco, com o teu pai... A fazer o dia dele mais feliz... A fazer o nosso dia mais feliz.
Já disse-te isso umas quantas vezes, mas nunca é de mais reforçar... Não poderia ter escolhido alguém melhor para ser o teu pai, para ser pai dos meus filhos.
O teu pai tem um feitio tramado, mas um coração enorme. Põe-nos à frente do próprio bem estar... Tem sido sempre assim, desde que o conheci. Não é só virtudes, mas os defeitos fazem parte... É perfeito com todas as imperfeições dele. Não demonstra o que sente, desde que partiste, a preocupação dele foi sempre que a mãe estivesse bem... Não fala muito de ti, mas sei que não é por não se recordar, porque acredito que tal como eu, não exista um dia em que ele não se lembra de que é pai... Que é pai de uma pequena que partiu cedo de mais. Ele não fala porque é a maneira dele de lidar com as coisas, tal como os avós Augusto e Noémia... Ainda no sábado falamos de ti, eu e avó Noémia... Ela disse que lembrava-se que estava quase a fazer um ano que havias nascido, mas que não havia dito nada porque não nos queria magoar... Fiquei com o coração quentinho, porque às vezes tenho a sensação de que só eu e o pai nos lembramos de ti, de que foste real só para nós e para mais ninguém... Mas não é assim. As pessoas lembram, mas não reagem todos da mesma maneira... E a mãe tem aprendido a gerir isso também.
Estávamos a falar do pai... Por tanto, o pai é um pai com P grande. E eu sei que tu sabes, porque isso de estar aí em cima dá-te privilégios que nós cá embaixo não temos :P

Dá um beijinho de Dia dos Pais grande no papá :)
E olha por ele, tal como tens feito no último ano...
Ahh, e não te esqueças também do avô Augusto e do avô João :)

Feliz Dia Dos Pais meu Amor! Obrigada por seres o homem e o pai que és, agradeço à Deus por me ter dado a ti e mais ninguém... Amo-te muito!!! <3

Amo-te filhota, saudades, sempre!...

Beijinho da mãe minha Pipoca <3

quinta-feira, 12 de março de 2015

Existem coisas do caraças...

Nunca, em todos os meus 31 anos de vida, me senti preparada para enterrar ou cremar a minha mãe...
Ninguém fica para a semente, é um facto, mas era demasiado surreal ter que enterrar a minha mãe... Não me sentia preparada.
No entanto, no próximo dia 5 faz um ano que tive que cremar a minha filha... O caminho inverso, a minha filha. De repente, ao me ver confrontada com isso, descobri que, afinal, me sinto preparada para o dia em que a minha mãe partir... Nada tem a ver com dor ou saudade, isso vou sentir sempre. Mas a verdade é que eu não me sentia preparada para lidar com a morte de alguma pessoa tão próxima , mas agora estou... Porque a morte... Faz parte da vida. As duas estão implícitas uma na outra, a única certeza que temos, todos, é que um dia a morte chega... Mais cedo ou mais tarde, acabamos todos por lá parar.
Compreendi também que a vida vai de facto muito para além da morte. E não estou a falar da parte fantasmagórica da coisa (até porque nisso não acredito), estou a falar que naquele dia, no dia do enterro ou da cremação, apenas nos despedimos do corpo físico do nosso ente querido que partiu... Aquela pessoa vai estar para sempre viva em nós. A recordação que temos com elas vão sempre fazer com que elas estejam na nossa vida. Claro que existem as saudades... E essas às vezes doem mais do que aquilo que imaginamos, mas de uma forma muito simples, continuamos ligados aquela pessoa que partiu.
Ninguém deixa de ser mais mãe ou pai porque faleceu... Nenhum filho deixa de ser menos importante porque faleceu antes dos pais... Continuam sempre vivos.
A minha filha foi ter com Deus antes de mim... Mas não é por isso que lhe sinto menos minha. Nasceu de mim. Fui eu que a carreguei, amei e pus sem vida no mundo... Tenho uma ligação eterna com ela... Uma ligação que vai para além da morte.
E posto isso, espero que a minha mãe leve muito tempo até que vá ter com a Nô... Mas quando acontecer, não é um adeus para sempre... É um até já. Porque um dia estaremos as três juntas, eu, a minha mãe e minha Nô... <3

Amo-te Pipocas!...

Beijinho da mãe <3

domingo, 1 de março de 2015

11...

Onze meses de ti meu Amor... <3
Saudades tuas minha Princesa, hoje e sempre!...

Amo-te muito minha Pipoca...

Beijinho da mãe <3