quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Hoje é um novo dia, de um novo tempo que começou...


Há um ano atrás, no dia 31/12/2013, tinha um medo insano que nascesses. Dizia sempre que estavas bem cá dentro, que não era preciso teres pressa em vir cá para fora... Exactamente três meses depois, partiste.
Se eu pudesse voltar atrás, se eu pudesse ter feito (não sei como) com que viesses ao mundo mais cedo, se eu pudesse te ter salvado de dentro de mim... Porque afinal, o sítio onde eu julguei que estavas mais segura, foi o sítio que acabou por trair-te.
Hoje fazem 9 meses que partiste.
E eu sinto-me tão impotente, tão frágil, tão despida de tudo... Nesses dias tenho uma certa dificuldade em encontrar razões para continuar, razões para ser feliz, porque levaste tanto, mas tanto de mim...
Numa primeira análise, diria que foi um ano para esquecer. Mas a pensar melhor...
Para já, e não da maneira que eu queria, foi o ano em que me tornei mãe. E não tenho dúvidas de que isto mudou-me, para sempre.
Depois foi um ano de aprendizado... Intenso. Um ano em que vivi o melhor e o pior. Um ano que conheci pessoas fantásticas, e que reconheci que tenho os melhores amigos do mundo.
Um ano em que vi, na totalidade, que a minha ligação com a tua avó Neusa vai para muito além daquilo que se possa imaginar. Um ano em que mais uma vez aplaudo essa mulher de pé e agradeço a Deus por me ter dado a ela e mais ninguém como mãe, porque esteve contigo quando eu não fui capaz, acompanhou-te na tua última viagem quando eu e o papá não conseguíamos fazê-lo.
Um ano também em que tive certeza, caso ainda houvesse dúvida, que o teu pai é definitivamente o homem da minha vida, porque eu não poderia passar por isso com mais ninguém, a não ser com ele. É um homem. Um homem como já existem poucos.
Não poderia ter escolhido alguém melhor para ser pai dos meus filhos... Não poderia ter escolhido alguém melhor para ser teu papá, e tu sabes disso.
Foi um ano em que mudei. Em que me tornei alguém melhor. Em que aprendi o que é o amor, em todo o sentido da palavra... O que é amar o próximo. Aprendi o que realmente importa e o que eu quero para mim. Aprendi a aceitar. Aceitar a dor, o desespero, o medo, a tristeza... Porque quando aceitámos, curiosamente tudo se torna mais fácil.
Por tanto, 2014 não foi um ano para esquecer... 2014 foi um ano de amor. Porque, como diz a mamã da Nonô, "Leonor rima com amor, nunca com dor."
Sei que 2015 será um ano igualmente importante, mas não como 2014... 2014 é um ano para recordar, para sempre.
Porque foi o ano em que entraste na minha vida. Fisicamente não estás cá, levaste tanto de mim, mas deixaste ainda mais de de ti cravado na minha alma, no meu coração...

Amo-te meu Amor, tanto, tanto...

Beijinho da mãe <3

PS: Não sei se o tempo por aí passa como por cá, mas caso passe, Feliz Ano Novo minha Pipoca :')

2 comentários:

  1. Algumas pessoas acham que a dor de uma mãe é muito maior que a dor de um pai (quando perdem um filho). Grande engano! Acontece que há HOMENS que amam tanto suas esposas, que colocam a própria dor de lado, para servirem de apoio, de força para elas. Gostaria muito de poder seguir seu blog, mas não sei como fazê-lo. Um 2015 cheio de luz!

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  2. É verdade Rosa... Eles já não puderam fazer nada pelos filhos, e não concebem perder também a nós... Sentem de outra maneira, não é fácil também para eles.
    Desculpa, só hoje vi o teu comentário... E em relação a seguir o blog, também não sei como se faz... :P
    Devia ser algo mais prático, mas já andei a esmiuçar e não encontrei nada.
    Espero que 2015 esteja a correr bem para si! <3

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